DIEESE-RS promove palestra sobre conjuntura e desafios legislativos para trabalhadores

 DIEESE-RS promove palestra sobre conjuntura e desafios legislativos para trabalhadores

Porto Alegre foi palco, nesta terça-feira, 19 de novembro, de um importante encontro promovido pelo Escritório Regional do DIEESE no Rio Grande do Sul. A palestra, intitulada “Conjuntura e a Pauta Legislativa dos Trabalhadores: Avanços e Desafios”, reuniu representantes de entidades sindicais associadas no auditório do Sindipolo. Conduzido por Adriana Marcolino, diretora técnica do DIEESE, o evento abordou os desafios econômicos e legislativos enfrentados pelos trabalhadores brasileiros, reforçando a necessidade de organização sindical e articulação política.

O DIEESE é mantido pelas entidades sindicais e cumpre o papel de analisar e assessorar as entidades sindicais dos trabalhadores nas negociações salariais e em todos as questões que envolvem as legislações sobre o mundo do trabalho. A coordenadora regional, Silvana Piroli destacou que o DIEESE e sua equipe técnica estão a serviço dos trabalhadores, para melhorar as questões do mundo laborar e propor ações capazes de melhorar a vida do povo.

Cenário econômico e político desafiante
Adriana Marcolino destacou que o atual cenário econômico, marcado por crescimento limitado, enfrenta entraves significativos, como o aumento das taxas de juros pelo Banco Central. “O PIB do segundo semestre sofre com amarras, e medidas como o aumento da taxa de juros freiam ainda mais o avanço necessário para o país”, afirmou.

No âmbito político, a diretora técnica apontou a falta de avanços no Congresso Nacional, que, segundo ela, tem se mostrado hostil às pautas trabalhistas. O foco em emendas parlamentares e na eleição das lideranças da Câmara e do Senado deixa em segundo plano temas fundamentais, como o financiamento sindical e a regulamentação de novas categorias, como trabalhadores de aplicativos.

Negociação coletiva e financiamento sindical
Marcolino também enfatizou a importância de um diálogo contínuo com parlamentares para garantir avanços legislativos. Segundo ela, há esforços para construir propostas relacionadas à valorização da negociação coletiva e ao financiamento sindical. Contudo, as negociações enfrentam resistência de setores patronais e dependem de mobilização política eficaz. “Precisamos superar o desconhecimento generalizado dos parlamentares sobre a realidade sindical e dialogar com os trabalhadores para reforçar a importância das entidades sindicais na defesa de seus direitos”, ressaltou.

Impactos da informalidade e da precarização
A informalidade crescente e as reformas trabalhistas das últimas décadas foram destacados como fatores de enfraquecimento da organização sindical. Dados do DIEESE indicam que apenas 41% dos trabalhadores brasileiros estão formalizados, o que compromete o alcance das negociações coletivas. “O aumento da informalidade e as mudanças legais que flexibilizaram condições de trabalho têm resultado em precarização. Precisamos de estratégias para reverter esse quadro e fortalecer a organização sindical”, alertou Marcolino.

Propostas para o futuro
A palestra também explorou propostas inovadoras para o mercado de trabalho, como a adoção de jornadas reduzidas, inspiradas em modelos internacionais. A PEC 138, que propõe o sistema 4×3, foi apontada como uma alternativa viável para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

A mobilização permanente, segundo Adriana Marcolino, será essencial para garantir que os trabalhadores tenham voz ativa nas decisões que moldam o futuro do trabalho no país. De acordo com Piroli, a luta contra 6×1 precisa ser entendida como a oportunidade de discutir a redução da jornada de trabalho.

 

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