Arte de alfabetizar

 Arte de alfabetizar

Atualizado em 30/05/2023

O ano era 1954, a cidade de Caxias do Sul tinha pouco mais de 60 mil habitantes. A servidora municipal, Alda Isotton De Stefani, hoje com 87 anos, iniciava a sua carreira como professora dos anos iniciais na localidade de São Roque, no interior de Caxias, época em que as mulheres casadas ainda necessitavam da permissão do marido para trabalhar (direito conquistado apenas em 1962, quando foi criando o Estatuto da Mulher Casada e a Lei nº 4.212/1962). “O quadro era dividido em quatro partes e cada pedaço correspondia a uma série, na época eu lecionava da 1ª à 4ª série. Eles eram muito comportados, não se ouvia uma conversa na sala. Outros tempos quando os professores tinham o respeito das famílias e alunos”, observa Alda.

A professora tinha várias funções além de educar, precisava preparar a merenda no fogão a lenha e limpar a sala. “Como a escola ficava 28 km longe da minha casa eu pagava pensão para uma família para a qual eu também trabalhava na roça, na parte da tarde. Ia para casa somente aos finais de semana”, lembra.

Método especial

Alda não consegue calcular quantos alunos alfabetizou durante a sua trajetória profissional, mas foram muitos. “Eu fui uma professora enérgica, tinha domínio de classe e um método de alfabetização que a vida prática me ensinou e funcionava muito bem. Tinha facilidade em ensinar a letra cursiva”, orgulha-se.

Múltiplas qualidades

Além de ter sido professora municipal, Alda coleciona qualidades é costureira, doceira e ainda tem disposição de comandar uma pousada no litoral catarinense. “Gosto de pessoas, de conviver com diferentes culturas e a pousada me proporciona essa experiência”, conta.

Nota: As ações da URV têm presenteado o Sindiserv com momentos únicos de trocas de vivências e experiências, como a da dona Alda que contamos acima.

 

Dona Alda, quando iniciou no serviço público em 1954
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