Instituto de Leitura Quindim promove II Seminário de Debates sobre o Dia Internacional das Mulheres
Atualizado em 26/05/2023
“Entre a Espada e a Rosa” terá uma semana de encontros online com importantes nomes da política, educação, sociedade e literatura brasileira. A homenageada deste ano será a deputada federal, primeira mulher negra no Congresso e autora da Lei Aldir Blanc, Benedita da Silva
O Instituto de Leitura Quindim promoverá o evento Entre a Espada e a Rosa – II Seminário de Debates sobre o Dia Internacional das Mulheres, que pretende discutir assuntos pertinentes ao universo feminino, com nomes de grande representatividade no cenário político, educacional, literário, social e de gênero no Brasil e no mundo. As conversas online e gratuitas serão nas redes sociais da entidade, nos dias 8, 9, 10, 11 e 12, às 19h e no dia 14, às 15h. Interessados em receber o certificado de participação precisam fazer a inscrição pelo link https://bit.ly/3sCAoe8.
Entre a Espada e a Rosa teve a primeira edição realizada em 2020, quando a homenageada foi a escritora e artista plástica Marina Colasanti, uma importante personalidade que representa a luta da mulher na sociedade brasileira e que esteve na construção dos direitos da mulher inscritos na Constituição Brasileira de 1988. Em 2021, a homenageada do seminário é a deputada federal constituinte, primeira mulher negra no Congresso Nacional e autora da Lei Aldir Blanc, Benedita da Silva. Ela estará acompanhada de outras expoentes em suas áreas, como as escritoras indígenas Graça Grauna e Eliane Potiguara, a pedagoga indígena Raquel Kubeo, a vereadora caxiense Denise Pessoa, a pesquisadora Roberta Saldanha, as escritoras Maria Valéria Rezende, Natália Borges Polesso e Alessandra Rech, a professora na Faculdade de Educação de Harvard, Claudia Constin, a educadora Pilar Lacerda, a vice-prefeita de Caxias do Sul Paula Ioris, a pesquisadora transfeminista Helena Vieira a escritora e ilustradora Ana Thomas Terra, poeta Tom Grito e a especialista em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade Márcie Vieira.
“Nossa semana de homenagem às mulheres é reflexo da nossa biblioteca que possui inúmeros livros de literatura infantil e juvenil que discutem as temáticas que envolvem o universo feminino. São discussões sociais fundamentais que todo o equipamento cultural preocupado com a educação brasileira precisa abordar”, afirma o presidente do Instituto de Leitura Quindim, Volnei Canônica.
Os debates promovidos pelo Quindim são a celebração de uma revolução irreversível iniciada na pandemia de Covid-19, conforme avalia Maria Valéria Rezende. “Esse momento mundial está comprovando que quem está sendo capaz de cuidar do mundo e da vida humana é a mulher. Após anos de supremacia masculina e branca temos o reconhecimento de uma virada na história, que vem cheia de novidades, criatividade e força lideradas por mulheres, muitas negras e indígenas, caladas durante tanto tempo”, afirma.
Confira a programação completa:
08/03 – Mulher Indígena na sociedade contemporânea – Graça Graúna e Eliane Potiguara
Mediação: Raquel Kubeo
09/03 – Mulher negra nos espaços da política pública – homenageada à deputada federal Benedita da Silva
Mediação: vereadora Denise Pessoa
10/03 – Mulher e Literatura – Maria Valéria Rezende e Natália Polesso
Mediação: Alessandra Rech
11/03 – Mulher e Educação – Cláudia Constin e Pilar Lacerda
Mediação: vice-prefeita Paula Ioris
12/03 – Mulher e Gênero – Helena Vieira, Ana Thomas Terra e Tom Grito
Mediação: Márcie Vieira
14/03 – Leia Mulheres – Leitura e discussão da obra “A moça tecelã”, de Marina Colasanti
Mediação Roberta Saldanha
*Leia Mulheres acontece mensalmente em diversos municípios do Brasil, onde os grupos se reúnem em suas cidades para discutirem livros escritos por mulheres. Em Caxias do Sul, o projeto é mediado por Roberta Saldanha.
Perfil das convidadas:
Alessandra Rech é jornalista, pesquisadora e escritora. Professora do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Letras e Cultura pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Doutora em Letras/Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), desenvolve estágio pós-doutoral na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Programa Avançado de Cultura Contemporânea. Em 2015 foi contemplada com o Prêmio Vivita Cartier de Literatura com a obra ‘Mirabilia’.
Ana Thomas Terra é escritora e ilustradora gaúcha, mas atualmente vive na França. Ela tem mais de 50 livros publicados e já participou de várias exposições no Brasil e no exterior. Nos últimos anos se aventurou fora dos livros infantis, participando de exposições como gravurista da Semana de Arte de Clamart (França) e Jornada da Estampa Contemporânea, em Paris, cidade onde fez uma formação em Filoarte e Acompanhante de gestantes, unindo ambas e oferecendo encontros individuais, ou em grupo, para maternantes, crianças e família, desenvolvendo um trabalho que mistura literatura, arte e ancestralidade.
Benedita da Silva é deputada federal constituinte pelo PT. Já foi governadora do Rio de Janeiro e a primeira senadora negra da história do país. Autora da Lei nº 14.017, de 29/06/2020, Lei Aldir Blanc. Formada em Serviço Social pela Faculdade de Serviço Social, RJ. Foi professora da Escolinha Comunitária da Favela Chapéu Mangueira, empregada doméstica, vendedora ambulante, Ministra de Estado da Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social, Secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Governo do Estado do Estado do Rio de Janeiro. Fundadora e Presidente do Departamento Feminino, Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro, Membro Parlamentar, Associação EUBrasil Associação Internacional de parlamentares europeus e brasileiros, Conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Presidente da Representação Brasileira da Fundação Mundial para o Memorial e a Preservação de Gorée – Dacar, Senegal, membro do Conselho Mundial de Igrejas, Setor de Combate Internacional ao Racismo, Integrante, Parliamentarians for Global Action, entidade norte-americana, que congrega parlamentares de todo o mundo.
Claudia Costin é professora na Faculdade de Educação de Harvard e Diretora Geral do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. Foi Diretora Sênior para Educação no Banco Mundial. Integrou também a Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT) é ex-Secretária-Executiva e Ministra da Administração e Reforma do Estado (1995/2000). Foi Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro – maior rede de ensino público da América Latina.
Denise Pessôa é servidora pública municipal, arquiteta e urbanista, feminista, mãe, eleita vereadora pelo terceiro mandato na Cidade de Caxias do Sul, pelo PT. Atuou no movimento estudantil, na pastoral da juventude e também foi assessora da deputada estadual Marisa Formolo, nos temas de juventude e mulheres. Atualmente é Procuradora Especial da Mulher, presidenta da Comissão de Direitos Humanos Cidadania e Segurança e da Subcomissão Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, foi eleita a parlamentar mais atuante em 2017 pelo Instituto Tiradentes. Tem seu trabalho voltado para o direito à cidade e direitos humanos.
Eliane Potiguara é escritora indígena, formada em Letras e Educação, licenciou-se em Letras e Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem Especialização em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Participou de vários seminários sobre Direitos Indígenas na Organização das Nações Unidas e em organizações governamentais e não governamentais. Foi nomeada uma das “Dez Mulheres do Ano de 1988” pelo Conselho das Mulheres do Brasil, por ter criado a primeira organização de mulheres indígenas no país: o GRUMIN (Grupo Mulheres-Educação Indígena) e por ter trabalhado na elaboração da Constituição Brasileira de 1988. Participou da elaboração da “Declaração Universal dos Direitos Indígenas”, na ONU.
Graça Grauna é indígena, nasceu em São José do Rio Campestre, RN. Escritora, poeta e crítica literária, é graduada, mestre e doutora em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-doutora em Literatura, Educação e Direitos Indígenas pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), publicou inúmeros livros e participou de antologias poéticas no Brasil e no exterior e é responsável pelo blog Tecido de Vozes.
Helena Vieira é escritora, ativista e pesquisadora transfeminista. Em 2017, foi consultora da novela “A Força do Querer”, da Rede Globo, que incluiu personagem transexual. Participou de livros como “Explosão Feminista” (2018), organizado por Heloísa Buarque de Hollanda, e “História do Movimento LGBT” (2018), organizado por James Green e Renan Quinalha. Em 2020, foi pré-candidata à prefeitura de Fortaleza pelo PSOL.
Márcie Vieira, mulher trans e travesti, atua com arte e educação. É especialista em Metodologia do Ensino de Artes, na pós-graduação latu sensu pela Uninter (2019), tendo como pesquisa de TCC o projeto “Dramaqueer – da pedagogia queer para a dramaturgia teatral”. Graduada em Dança, no curso superior de tecnologia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) em 2016, licenciada em Pedagogia, no curso superior pela Unifacvest (2020) e atualmente cursa a pós-graduação em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade, pela UniRitter.
Maria Valéria Rezende é escritora, poeta e tradutora. Atua desde os anos 60 com Educação Popular em diferentes regiões do Brasil e no exterior, já trabalhou em todos os continentes. Detentora de vários prêmios Jabutis, também recebeu o Prêmio Casa de las Américas (Cuba, 2017) e o Prêmio São Paulo de Literatura (2017).
Natalia Borges Polesso é escritora, tradutora e pesquisadora de pós-doutorado com bolsa CAPES (PNPD) pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Foi selecionada pela coletânea Bogotá39 e premiada com o Jabuti em 2016. Em suas obras trabalha com as questões homoafetivas e coordena o grupo de pesquisa Geografias homoafetivas: literatura, gênero e leitura.
Paula Ioris, natural de Caxias do Sul e atualmente é vice-prefeita da cidade. Psicóloga com pós-graduação em Gestão Empresarial, especialização em Dinâmica de Grupo e Formação em Personal Coaching, entre outras funções de liderança, foi gestora do setor de Desenvolvimento de Pessoal da Fras-le e gerente-executiva do Hospital do Círculo. Atuante no voluntariado, tem reconhecido papel social me defesa da segurança pública, do papel das mulheres na política e da inovação como indutora do desenvolvimento pessoal e empresarial. Vice-presidente da ONG Brasil Sem Grades e uma das fundadoras do movimento Política de Saias, obteve em 2016 a maior votação de uma vereadora na história de Caxias.
Pilar Lacerda é natural de Timóteo (MG), graduou-se em História, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especializou-se em Gestão de Sistemas Educacionais, na PUC-Minas. De 1976 a 2001, foi professora de história da educação básica. De 1993 a 1996, foi diretora do Centro de Formação dos Profissionais da Educação da Prefeitura de Belo Horizonte. De 2002 a 2007, foi Secretária Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte. De 2005 a 2007, elegeu-se presidente nacional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), onde liderou o movimento nacional em defesa de recursos do Fundeb para a Educação Infantil. De 2007 a 2012, foi Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação. Foi diretora da Fundação SM Brasil.
Raquel Kubeo é indígena ativista pelos direitos dos povos originários do Brasil, pedagoga e mestranda em Educação. Natural de Manaus (AM), cofundadora do Terá Coletiva Terratral, Kubeo atua como atriz, performer, bailarina e facilitadora de oficinas educativas e artísticas como o Teatro de Tapera e projetos com foco nas vivências entre mulheres indígenas. Em 2019 participou da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas, organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – (APIB), com outras 2.500 mulheres de mais de 100 povos indígenas. Atua em diversos espaços e instituições, rodas de conversa e palestras sobre descolonização, política e causa indígena.
Roberta Saldanha é licenciada em Letras Português pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e faz especialização em Literatura Infantil e Juvenil pela mesma instituição. Desde 2017, é mediadora do grupo de leitura Leia Mulheres de Caxias do Sul, projeto que é realizado em todo território nacional com o objetivo de ampliar a leitura de livros escritos por mulheres. Atua principalmente com temas que envolvam a regionalidade, literatura, literatura regional, sistema literário e mulher.
Tom Grito é poeta @tomgritopoeta Dedica-se à poesia falada (spoken word/poetry slam) e às micro-revoluções político-sociais onde a poesia incinera, afaga, afeta e transforma. Pessoa não binárie transmasculine.
Fonte: Adri Silva (Assessoria de Imprensa)