Sindiserv confronta números apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde
Atualizado em 26/05/2023
Dados apresentados pela diretoria de Saúde do Sindiserv em conjunto com a coordenadoria de enfermagem do PA 24h, contrapõem os dados apresentados pelo Executivo municipal sobre a intenção de gerar economia com a transferência para a gestão privada.
Após a apresentação dos números pelo Executivo, usados como argumento para a privatização do serviço do Pronto Atendimento 24h (PA24h), a diretora de Saúde do Sindiserv, Fernanda Borkhardt, em conjunto com coordenação de enfermagem do PA24h, reuniram informações que confrontam estes dados. O documento foi apresentado na reunião dos Conselhos da entidade, dia 15 de dezembro e na Assembleia Extraordinária do Conselho Municipal de Saúde (CMS), dia 20 de dezembro. Os dados apontam que a terceirização representará mais custos, uma vez que diversos serviços não estão contemplados na proposta de governo.
Redução de 23% nos serviços
A administração do PA 24h, pela iniciativa privada, representa uma redução de 48 para 39 leitos, a retirada do atendimento de urgências psiquiátricas que hoje, registra uma média de 300 atendimentos/mês. O valor praticado hoje, com um serviço ampliado em 23%, representa apenas 4,5% a mais no orçamento apresentado pelo governo Guerra.
Comparação UPA
Em comparação com a UPA Zona Norte, o valor apresentado para gerenciamento do PA24h, também é maior com a terceirização. Em média a UPA Zona norte recebe em média R$ 731,1 mil/ano por leito. Em edital, a Prefeitura sugere um valor de R$ 837,01 mil/ano por leito para o PA24h.
Sem verba Federal
O PA24h, não receberá verbas federais pois não está enquadrado como Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A Prefeitura perdeu os prazos para fazer esta adequação. Portanto, o repasse, que poderia chegar à R$ 8,1 milhões no primeiro ano e R$ 3,6 milhões nos anos subsequentes não acontecerá.
Estrutura física
O prédio do PA 24h apresenta diversos problemas estruturais, como redes de esgoto e energia elétrica que necessitam de reparos com urgência, somado a rachaduras e tubulação de oxigênio com defeito. “A proposta de trabalho para a empresa licitada não prevê a reforma, apenas a pintura. Seria apenas uma maquiagem para encobrir problemas muito mais graves”, destaca Fernanda Borkhart, diretora de Saúde do Sindiserv.
Demora nos atendimentos
A sindicância que apura o suposto atraso nos atendimentos no mês de maio não está finalizada. “Este argumento é inválido para justificar terceirização dos serviços, já que o processo não está concluído. Fere, assim, o princípio de lisura, pois já está sendo emitida uma opinião pela administração”, argumenta.