Em entrevista à RBS TV, Sartori ameaça incluir outras empresas públicas em plebiscito para privatizações em 2018

 Em entrevista à RBS TV, Sartori ameaça incluir outras empresas públicas em plebiscito para privatizações em 2018

Atualizado em 26/05/2023

Os banrisulenses já sabem que aquilo que o governador José Ivo Sartori (PMDB) diz não se pode escrever, como diz o ditado. Em 2015, logo depois de assumir o governo do Estado, disse em uma recepção na TVE que não extinguiria a empresa pública de comunicação que inclui a TVE. Desejou “vida longa à Fundação Piratini” e, no ano passado, mandou pacotaço a Assembleia Legislativa que incluía a extinção dessa Fundação entre outras.

Nesta terça-feira (13), em entrevista ao vivo no estúdio do Jornal do Almoço da RBS, o governador inovou ao apelar para a ameaça ao jogar o Banrisul e o Badesul, de novo, na linha da privatização, federalização ou extinção.

Aparentemente de olho nas eleições do ano que vem, Sartori adotou um tom de aviso em seu discurso: em relação à impossibilidade de realizar plebiscito para vender ou federalizar empresas públicas, o governador do Estado disse que pode ampliar o número de empresas em um suposto plebiscito no ano que vem. Preste atenção à frase do governador: “Se não for feito neste ano, no ano que vem vou repensar o processo e incluir outras empresas.”

Durante a mesma entrevista, o governador desconversou ao responder à pergunta sobre o fato de que o Estado não teve competência para realizar o plebiscito este ano. Posou de democrata e de interessado em ouvir à população. “Acho que não demoramos. Fizemos o caminho certo de ouvir a ALRS. Enviamos ainda no ano passado e fomos a todas as audiências públicas. Seguimos o caminho democrático.”

Não foi bem assim. Em dezembro do ano passado, Sartori apresentou Projetos de Lei na Assembleia Legislativa para extinguir as fundações estaduais, FEE, Fundação Piratini, Fundação Zoobotânica entre outras. O parlamento gaúcho foi cercado pela Brigada Militar e servidores públicos que protestavam na Praça da Matriz e arredores viraram alvo de bombas de gás lacrimogênio e violência da Brigada Militar.

Em maio deste ano, ele entregou um documento precário à presidência da Assembleia Legislativa para aprovar o plebiscito e não conseguiu. Não teve quórum e perdeu todos os prazos para realizar plebiscito em 2017. O prazo era até esta terça-feira (13).

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